A arte de perdoar
Ao ensinar a oração do Pai-Nosso aos discípulos, o único artigo que Jesus comenta logo de imediato, segundo o evangelista Mateus, é aquele que se refere ao perdão: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas, se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará” (Mt 6, 13-14).
O perdão liberta o coração, supera as barreiras que nos distanciam uns dos outros, abre a porta para que entre a paz. É a força necessária para reconciliar não só as pessoas, mas também as nações. O perdão é uma exigência do amor. Quem tem amor em seu coração é levado a perdoar. E por que perdoamos? Porque primeiramente fomos gratuitamente perdoados por Deus.
O perdão é uma decisão da vontade. Não é uma emoção. A pessoa, no exercício da sua liberdade, tocada pela Graça, perdoa. A falta de perdão constitui-se em pecado. A mágoa é a dor da alma que foi ferida. É, portanto, uma ferida a ser cicatrizada, não sendo, portanto, um pecado. Entretanto, anhinha mágoas no coração, emperra o crescimento da pessoa e a adoenta. Também as mágoas precisam ser tratadas.
Não fique repisando os motivos que você tem para ficar magoado; isso só fará perdurar a dor que você sentiu por algo acontecido. Em Cristo Jesus, você é livre não só para perdoar, mas também para superar as mágoas.
Se você, todavia, está encontrando dificuldades em perdoar, peça a Jesus esta graça. Aquele que na cruz perdoou ao pecador arrependido perdoará os seus pecados e lhe dará forças para exercer o perdão. É possível! Não duvide! Entregue-se a essa maravilhosa e libertadora experiência.
Os nove passos do perdão
1 – Saiba exatamente como você se sente sobre o que ocorreu e seja capaz de expressar o que há de errado na situação. Então, relate a sua experiência a umas duas pessoas de confiança.
2 – Comprometa-se consigo mesmo a fazer o que for preciso para se sentir melhor. O ato de perdoar é para você e ninguém mais. Ninguém mais precisa saber de sua decisão.
3 – Entenda seu objetivo. Perdoar não significa necessariamente reconciliar-se com a pessoa que o perturbou, nem se tornar cúmplice dela. O que você procura é paz.
4 – Tenha uma perspectiva correta dos acontecimentos. Reconheça que o seu aborrecimento vem dos sentimentos negativos e desconforto físico que você sofre agora, e não daquilo que o ofendeu ou agrediu dois minutos – ou dez anos – atrás.
5 – No momento em que você se sentir aflito, pratique técnicas de controle de estresse para atenuar os mecanismos de seu corpo.
6 – Desista de esperar, de outras pessoas ou de sua vida, aquilo que elas não escolheram dar a você. Reconheça as “regras não cobráveis” que você tem para sua saúde ou para o comportamento seu e dos outros. Lembre a si mesmo que você pode esperar saúde, amizade e prosperidade e se esforçar para consegui-los. Porém, você sofrerá se exigir que essas coisas aconteçam quando você não tem o poder de fazê-las acontecer.
7 – Coloque sua energia em tentar alcançar seus objetivos positivos por um meio que não seja através da experiência que o feriu. Em vez de reprisar mentalmente sua mágoa, procure outros caminhos para seus fins.
8 – Lembre-se de que uma vida bem vivida é a melhor “vingança”. Em vez de se concentrar nas suas mágoas – o que daria poder sobre você à pessoa que o magoou – aprenda a buscar o amor, a beleza e a bondade ao seu redor.
9 – Modifique a sua história de ressentimento de forma que ela o lembre da escolha heróica que é perdoar. Passe de vítima a herói na história que você contar.
Do livro: O Poder do Perdão
Dr. Fred Luskin
Cuidado com seus pensamentos; eles se transformam em palavras!
Cuidado com suas palavras; elas se transformam em ações!
Cuidado com suas ações; elas se transformam em hábitos!
Cuidado com seus hábitos; eles moldam o seu caráter!
Cuidado com seu caráter; ele controla o seu destino!